segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Frente á fogueira

Percorro longos labirintos de cobre, sinto o aroma do seu beijo frio, o violoncelo grita metálico. Vamos, me dê mais uma dose. O líquido escorre e queima da garganta ao estômago. O fogo queima, a mágoa incinera.
'-Seus olhos ficam tão claros frente a chama.'
'-Eu não posso ver meus próprios olhos, Mariana'.
Não pode ver a si próprio. Cale-se e me dê mais um trago. A noite é longa meu bem, e as cinzas se desfazem com a chuva, vão despedaçando e sumindo ao som ensurdecedor da tempestade. Ainda ouço, o violoncelo grita.

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