segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Afinal, meu bem, quem não tem amor pra dar?



Romeu e Julieta

(...) O amor cansou de esperar
O amor que nunca encontrou
E agora vive a vagar por lábios 
Efêmeros a beijar o azar e a sorte do amor
Quem quiser jogar com o amor
Vai ter muito que apostar
Afinal, meu bem, quem não tem
Amor pra dar?

(Adner Sena, Leo Lopes e Rao Soares)

"Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te."
W. Shakespeare

terça-feira, 23 de julho de 2013

E o meu silêncio é a fuga do que é morno...



Espetáculo "Entre fogos : Ao que sempre se repete, ao comum"

       A peça não tinha fim, bem como o próprio ator disse, o objetivo era tratar do começo dos amores e dos meios, e não dos fins.  Quando tudo começou, o ator principal me perguntou: Você já amou alguém? Eu respondi: Sim. E você já foi amada? Eu respondi: Uhum... Ele disse: Ah é, como você sabe? E na mesma hora eu não me senti constrangida porque percebi com apenas um olhar, que não só eu, mas todo mundo que estava ali, se encontrava com a mesma grande interrogação na cabeça. Ninguém sabia, a coisa mais traiçoeira que existe é ter certeza da certeza que não é sua.
       "O encontro de duas pessoas, é como o encontro entre duas placas tectônicas, já nos encontramos em tantas outras esferas mutilados."  ele gritava enquanto ela chorava, repetidamente em meio aos jogos de luzes, gritos, choro, tudo me impactava e despertava aquela já velha angústia, eu não estava ali, eu flutuava no passado e desfazia o falso sorriso que entrei em verdadeiras lágrimas. Ela o acusava de estático, frio, insensível e ele a acusava de impulsiva, egocêntrica, orgulhosa. Passou do ponto, passou do reconhecível, passou despercebida a harmonia. Era inevitável uma analogia, ainda mais pra mim que consegue analogias de vida até com o olhar de um cachorro de rua esfomeado. Eu nem queria estar mais ali, evitar tudo e colocar a minha máscara sorridente parecia a melhor opção, queria sair, sumir.
     Depois do meio, retrataram então o começo, já disse antes eu não estava lá, eu estava numa cachoeira rindo despreocupada de um umbigo. Eles então se beijaram. No palco era encontro de corpos, em mim encontro de almas. As luzes apagaram, acenderam voltadas para a platéia, não tinha fim, mas a peça tinha acabado. Faltou o aplauso, faltou a sensação finalizadora para que todo mundo pudesse levantar e sair sem aqueles olhares atormentados e interrogativos sem saber o que fazer, se era hora de ir embora ou não. E eu me sentia exatamente como aquelas pessoas, porém o tempo todo, tenho em mim a ânsia constante de viver, mas ainda tenho você impregnado no meu corpo.
   
"O silêncio é um dos argumentos mais difíceis de se rebater", e o meu silêncio é a fuga do que é morno.



quarta-feira, 26 de junho de 2013

E quando a dor ultrapassa sua mente? Move lentamente percorrendo o corpo todo te torturando, frios impulsos nervosos que travam na garganta, o peito esmaga e a respiração aumenta. E quando transbordar pelos olhos já não é suficiente e só o tempo é capaz de amenizar tudo, mas o tempo não passa. E quando o tempo parece um quadro, um objeto inanimado, travando sensações e sentimentos, não muda. E quando nem o tempo te ajuda? O quadro estagnado é colorido, vivo, mas fora disso o que vejo é movimento opaco, cinza, inerte. Não é que o tempo apague as coisas, é a memória que falha, e eu sempre tive  uma ótima memória.

sábado, 15 de junho de 2013

Falsa Indiferença

Eu tento fingir que não estou ali, que isso não me toca, que de fato conseguiria imune a te ver atropelado e jogado em qualquer esquina desse mundo sujo, como se nada mais importasse além do meu umbigo redondo no centro da barriga. Mas não meu bem, eu não consigo ver um mendigo na rua sem chorar as dores do mundo ou sentir aquele nó na garganta, dificilmente passo um dia sem refletir o quanto as pessoas são oportunistas, individualistas, egoístas e outros istas negativos que conseguires encontrar. Não consigo virar a esquina sem preocupar se você vai cair e quebrar esse teu nariz empinado no chão, coisa de aquariana.